Ex-presidente do Santos, Orlando Rollo é preso
Ex-presidente do Santos, Orlando Rollo é preso sob a suspeita de liberar cocaína à facção criminosa em troca de propina
19/11/2022 09:48:35
O ex-presidente do Santos FC e investigador da Polícia Civil, Orlando Rollo, preso na manhã desta sexta-feira (18), em Santos, no litoral de São Paulo, com outros três investigadores, é suspeito de negociar cargas de cocaína apreendidas em ações policiais com a maior facção criminosa do país, segundo apuração da TV Tribuna, afiliada da Globo. A defesa dos quatro afirmou que pedirá a revogação da prisão
Ainda de acordo com a apuração, as eventuais ações criminosas começaram a ser investigadas em agosto deste ano, quando os citados policiais oficializaram a apreensão de 168 quilos da droga, que pertencia à própria facção, e estaria escondida em um caminhão, na Ilha Barnabé, na margem direita do porto organizado de Santos.
O volume de droga, porém, seria superior ao apresentado na delegacia - a reportagem não teve acesso à quantidade desviada, se foi negociada em troca de propina e os valores obtidos de forma ilícita. Sabe-se, no entanto, que a cocaína abasteceria os pontos de tráfico no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ).
O advogado de Rollo e os outros três investigadores, Armando de Mattos Júnior, alega que os clientes são inocentes. "São policiais antigos, de boa conduta, conhecidos na comarca e são policiais trabalhadores [...]. Pedimos que fosse ele ouvidos, até porque prisão serve para isso, para oitiva e eles não foram ouvidos", disse após as prisões.
Armando de Mattos ressaltou que vai pedir a revogação da prisão para o juiz da causa, que é quem vai acompanhar o processo até o final.
"O conteúdo estamos tomando pé agora, porque acabamos de juntar procurações e tivemos acesso aos autos. O que eu posso esclarecer, de viva voz dos quatro policiais, é que trabalharam em uma diligencia muito grande, realizaram uma apreensão de uma quantidade de substância entorpecente elevada", pontuou.
Advogado seria intermediário
O advogado criminalista João Manoel Armôa, que está preso desde setembro, conforme apurado, é tido como a ponte entre os traficantes e os policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida.
O principal cliente dele, que também está preso, é Vinicyu Soares da Costa, mais conhecido como Evoc, apontado como líder da facção criminosa na região.
Eugênio Malavasi, que faz a defesa do advogado criminalista, informou à TV Tribuna ainda não ter tido acesso aos autos do processo e, portanto, não pode comentar sobre o caso.
Em relação ao processo na contra o cliente, disse já ter entrado com três pedidos de habeas corpus para a soltura de Armôa. O material é analisado pelo Tribunal Regional Federal.