Ibiapaba FM 98,1 - Tratamento eficaz permite que mãe com HIV tenha filho sem o vírus no Ceará

Tratamento eficaz permite que mãe com HIV tenha filho sem o vírus no Ceará

Após esse período, são feitos exames de monitoramento.


15/09/2025 08:54:29

Apesar dos estigmas ainda associados ao HIV, a ciência comprova que, com o tratamento adequado, é possível conviver com o vírus com qualidade de vida — e até impedir sua transmissão. Um exemplo disso é a história de uma cearense que descobriu ser portadora do HIV durante a gravidez e, com acompanhamento médico, teve um bebê completamente saudável e livre da infecção.
A mulher, que preferiu não se identificar, contou que recebeu o diagnóstico aos 36 anos, durante o pré-natal. Imediatamente, ela foi encaminhada ao Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), referência no tratamento de HIV no estado, onde iniciou o tratamento com antirretrovirais.

Graças à adesão ao tratamento, ela manteve a carga viral indetectável durante toda a gestação — ou seja, a quantidade de vírus no sangue ficou tão baixa que não pode ser detectada nos exames. Isso reduz drasticamente o risco de transmissão para o bebê.

O filho nasceu sem o vírus. E mesmo com a carga viral indetectável, a mãe seguiu as recomendações médicas e não o amamentou, já que o HIV pode ser transmitido pelo leite materno. “Hoje, meu filho já tem três anos, está lindo, saudável e muito amado”, disse ela.

Transmissão vertical pode ser evitada com tratamento precoce
A infectologista pediatra Gláucia Ferreira, do Hospital São José, reforça que mães com HIV podem, sim, ter filhos saudáveis — especialmente quando o diagnóstico é feito precocemente.

“Quando a mãe inicia o tratamento na primeira metade da gestação, mantém boa adesão e tem carga viral indetectável a partir da 28ª semana, o risco de transmissão para a criança é considerado muito baixo”, explica.

Segundo a médica, o maior risco de transmissão vertical (da mãe para o bebê) ocorre no momento do parto, sendo responsável por cerca de 65% dos casos. No entanto, com os protocolos adequados, esse risco praticamente desaparece.

A criança também deve iniciar o uso de antirretrovirais logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras quatro horas de vida. Dependendo da avaliação médica, o bebê pode precisar tomar uma ou até três medicações por 28 dias.

Após esse período, são feitos exames de monitoramento. Se não houver detecção do vírus, a criança segue sendo acompanhada até o teste definitivo de HIV, geralmente realizado aos 12 meses. Se o resultado for não reagente, a infecção é descartada.

NO AR Playlist da Ibiapaba
- 00:00 às 05:00