Ibiapaba FM 101,5 - Municípios cearenses devem informar casos suspeitos de varíola dos macacos

Municípios cearenses devem informar casos suspeitos de varíola dos macacos

Municípios cearenses devem informar casos suspeitos de varíola dos macacos em até 24h, orienta Sesa


28/05/2022 09:50:10

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) lançou nota, nesta sexta-feira (27), para orientar que os municípios cearenses comuniquem casos suspeitos da varíola dos macacos em até 24 horas. Apesar do surto de infecções na América do Norte e na Europa, a doença ainda não chegou ao Brasil.

Contudo, o mundo está em alerta para conter o espalhamento do vírus. Hoje, o primeiro caso da América Latina foi constatado na Argentina.

Em nota técnica destinada às secretarias de saúde municipais, a pasta recomenda o reforço das medidas de vigilância e monitoramento de possíveis casos.

Também orienta-se que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) seja comunicado em até 24 horas e que haja uma divulgação rápida para uma resposta célere em caso de uma confirmação.

Na terça-feira (24), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente de mãos, em aeroportos e aeronaves, para evitar a entrada do vírus no País.

O que é a varíola dos macacos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a doença recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa, em 1958. Somente em 1970, foi detectada em humanos. A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox.

Apesar de ser da mesma família da varíola humana, o patógeno causador da doença dos macacos tem menor risco de complicações. Segundo a OMS, a enfermidade é encontrada na África Central e Ocidental, onde há florestas tropicais e os animais que podem transportar a doença.

Ocasionalmente, pessoas com varíola são identificadas em outros países, após viagens de regiões onde a varíola é endêmica.

Quais os sintomas?

Segundo a OMS, os sintomas duram entre duas e quatro semanas, mas desaparecem por conta própria sem tratamento. A orientação é que as pessoas com os sinais descritos abaixo procurem orientação médica e comuniquem possível contato com alguém infectado. Veja os sintomas:

  • Febre;
  • Dores de cabeça intensa, musculares e/ ou nas costas;
  • Baixa energia;
  • Linfonodos inchados;
  • Erupções cutâneas ou lesões.

Geralmente, a erupção se apresenta de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, cheias de líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, secar e cair.

Segundo o órgão, o número de lesões em uma pessoa pode variar de alguns a milhares. A erupção tende a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Eles também podem ser encontrados na boca, genitais e olhos.

Como se transmite?

A doença não se espalha facilmente, mas a transmissão ocorre através do contato com animais ou com a pessoas infectadas. No caso dos seres humanos, estudos apontam que o vírus é transmitido quando há interação física com pessoas que ainda estejam apresentando sintomas (entre duas e quatro semanas).

Até o momento, não está claro se assintomáticos podem espalhar o vírus. De acordo com a OMS, a erupção cutânea, os fluidos corporais (pus ou sangue de lesões na pele) e as crostas são infecciosos. Por isso, é necessário evitar o compartilhamento dos seguintes itens com os infectados:

  • Roupas;
  • Roupas de cama;
  • Toalhas;
  • Objetos como utensílios/pratos.

Além disso, úlceras, lesões ou feridas na boca podem ser infecciosas, o que significa que a doença pode se espalhar pela saliva. As pessoas que interagem de perto com alguém que é infeccioso, incluindo profissionais de saúde, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção.

O vírus também pode se espalhar de uma pessoa grávida para o feto ou de um pai infectado para o filho durante ou após o nascimento por meio do contato de pele.

Varíola dos macacos mata?

Segundo a OMS, os sintomas das pessoas contaminadas desaparecem por conta própria em algumas semanas. Entretanto, há casos mais graves que podem levar a complicações médicas e até a morte. O risco é maior para recém-nascidos, crianças e pessoas com deficiências imunológicas subjacentes.

As complicações de casos graves podem ser infecções de pele, pneumonia, confusão e infecções oculares que podem levar à perda de visão. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%.

Doença é transmitida durante a relação sexual? 

Não há confirmação se o sêmen ou fluidos vaginais podem transmitir a doença. No entanto, conforme dito acima, a varíola dos macacos é passada através do contato físico com as lesões. Portanto, durante o ato sexual, há, sim, o risco de contaminação em razão das feridas localizadas, principalmente, na pele e na boca, por exemplo.

HOMENS GAYS TÊM O MAIOR RISCO DE INFECÇÃO? 

Como explicado anteriormente, a varíola dos macacos não é uma doença sexualmente transmissível. Portanto, a orientação sexual não é um fator maior de exposição.

Conforme a OMS, as erupções da varíola podem se assemelhar a algumas doenças sexualmente transmissíveis, incluindo herpes e sífilis. Para o órgão, isso explica por que vários dos casos no surto atual foram identificados entre homens que procuram atendimento em clínicas de saúde sexual.

“O risco de se infectar com a varíola dos macacos não se limita a pessoas sexualmente ativas ou homens que fazem sexo com homens. Qualquer pessoa que tenha contato físico próximo com alguém infeccioso está em risco”, afirma a OMS.

 

CRIANÇAS PODEM CONTRAIR A VARÍOLA DOS MACACOS?

Sim. As crianças são mais propensas a ter sintomas graves do que os adolescentes e os adultos. Além disso, o vírus também pode ser transmitido a um feto ou a um recém-nascido através do nascimento ou contato físico precoce.

Como evitar?

O Brasil não confirmou nenhum caso da doença. Mas, se você tiver contato com algum caso suspeito, o ideal é evitar o contato com quem apresentou os sintomas. A recomendação para os infectados é o isolamento e a utilização de máscara de proteção, sobretudo, se estiverem tossindo ou com lesões na boca. Veja como proceder nestes casos:

  • Evite o contato pele a pele sempre que possível;
  • Use luvas descartáveis ​​se tiver algum contato direto com as lesões;
  • Use uma máscara ao manusear qualquer roupa ou roupa de cama, se a pessoa não puder fazer isso sozinha;
  • Limpe regularmente as mãos com água e sabão ou álcool gel, especialmente após o contato com a pessoa infectada;
  • Limpe as roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies em que tocaram ou que possam ter entrado em contato com a erupção cutânea ou secreções respiratórias da pessoa infectada;
  • Lave as roupas, toalhas, lençóis e talheres da pessoa com água morna e detergente;
  • Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.

VACINA CONTRA VARÍOLA PROTEGE DA DOENÇA DOS MACACOS?

A OMS informou que as pessoas vacinadas contra a varíola no passado também terão alguma proteção contra a maioria dos casos da doença dos macacos. Portanto, a vacinação prévia contra a varíola pode resultar em uma doença mais leve.

OUTROS ANIMAIS PODEM TRANSMITIR A VARÍOLA DOS MACACOS?

Sim. Apesar do nome, várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus. Dentre eles, esquilos de corda, esquilos de árvore, ratos gambianos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies.

Contudo, a OMS alerta que a incerteza permanece sobre a história natural do vírus da varíola dos macacos e mais estudos são necessários para identificar como a circulação do vírus é mantida na natureza.

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