Especialistas sobre Haddad em Davos: governo deve abandonar narrativa e 'arregaçar mangas'
Especialistas sobre Haddad em Davos: governo deve abandonar narrativa e 'arregaçar mangas'
21/01/2023 07:25:15
A participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum
A segunda etapa da reforma pretende atacar o Imposto de Renda. A ideia defendida por Lula é isentar da tributação quem ganha até R$ 5 mil por mês. O governo, no entanto, reconhece as dificuldades de implementar a medida porque não há espaço fiscal. Cerca de 90% dos assalariados estão nessa faixa de renda.
"O Imposto de Renda, caso seja alterado, tem que ter a progressividade. Além disso, não adianta o ministro ter vontade e fazer um trabalho técnico e a matéria não passar no Congresso Nacional. Porque, nesse caso, os ricos vão pagar mais, e eles não gostam muito dessa ideia", pontua o economista Newton Marques.
Na avaliação de Marques, a questão é política. "Na época do Fernando Henrique Cardoso, ele governava com medida provisória. Não tinha limite. Ele podia ter feito uma reforma tributária, mas não fez porque representava os interesses de São Paulo, que é o estado que mais vai perder com a reforma. O Estado produtor, nesse caso, é penalizado."
Se a questão econômica é vista com certa desconfiança, a presença da ministra Marina Silva foi um ponto positivo do Brasil no fórum, na visão do economista Alessandro Azzoni, uma vez que Marina é respeitada internacionalmente e a preocupação com as mudanças climáticas é um tema em pauta em todo o mundo.
"É uma balizadora, autenticadora, de todas as políticas públicas que foram e vão ser implementadas pelo novo governo. E aí temos uma margem muito grande de desenvolvimento para o país", avalia. E já vemos reflexos dessa medida, por exemplo, nos fundos internacionais de investimento, de proteção à Amazônia, que ganhou recentemente o apoio da Alemanha, Noruega e Inglaterra."